quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Proposta!

Venha me ver
chegue devagar
sem ninguém perceber
segure minha mão
não diga nada
vou sentir sua paixão
Me beije antes
antes de palavras
antes dos porquês
e dos praquês
vamos juntos nos tornar viajantes
e por poucos instantes,
quiça, desta tal felicidade
nos deliciar!!

domingo, 4 de setembro de 2011

Não ao branco.

Quando criança, via folhas em branco em grande número, as vezes era um caderno jogado fora ou o que sobrou do ano letivo, também encontrava alguns amontoados pelas ruas, talvez os vestigios de algum escritório ou algo do tipo. Não importa a origem do papel branco, o que me intrigava era ele estar Branco e como toda criança me punha a desenhar, minha intenção era deixar o papel agradavel de se ver e não deixar aquela folha sem utilidade, mas nunca tive um dom pra desenhar e isto foi uma das minhas primeiras frustrações, mas eu cresci e em um momento ou outro de lagrimas descobri nas palavras acalanto e agora volta aquela vontade de criança de preencher todas as folhas em branco, mas não com desenhos, com palavras ordenadas para transmitir algo, algo sem vontades ou com um milhão de vontades nas entrelinhas.

Este vai sem título!

Era um senhor de cinquenta e poucos anos, cabelo grisalho, passos firmes e olhar no nada, toda tarde ele se sentava em uma praça e ficava olhando e buscando alguma conexão na desordem dos passos das pessoas. As vezes sozinho soltava umas gargalhadas, uma ou outroa pessoa olhava e talvez julgasse ele como um louco. Tinha uma tatuagem no braço, era um ideograma japonês, quando não tinha passos por ali, ele passava a mão sobre aquela tatuagem e demonstrava saudade de alguém ou de um tempo de mais sorrisos. Um dia ele não sentou na praça, me preocupei com o senhor, procurei a seu respeito e um vizinho me disse que ele havia montando em uma moto e ido embora com algumas mochilas, acho que ele finalmente encontrou aquela conexão nos passos das pessoas e entediado, saiu pelas estradas procurando outras razões.